segunda-feira, 19 de julho de 2010

Nocturnus


A escuridão caiu sobre meu corpo
A luz das estrelas tornam-se opaca
tornando-me incapaz de sonhar.
Noite...
atormentado por pesadelos
me aprofundo na imensidão escura e fria da noite.
A opacidade se intensifica
mais distante ficam as estrelas,
meu corpo inerte fica distante de minha alma...
sufocada, angustida, retorcida.
Estendendo sua mão para tocar a mão do meu corpo,
para não cair no abismo da escuridão eterna.
Noite...
dentro da escuridão, entre risos sarcásticos e gemidos bestiais,
tento alcançar meu corpo
Toco minha mão, meu corpo estremece angustiado,
e após o suspiro....
o Dia se faz.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Devaneio



Como areia, entre meus dedos
Minha esperança escorre,
Misturada junto às lágrimas de minha face,
Encontram-se ao chão.
Sem forças, assumo-me ajoelhado
Perante a vida...
Sem forças, desabo e caio ao chão;
Sem forças, nem rastejar consigo.
As lágrimas continuam a sair
A esperança mais distante
Segue adiante...
Rastejando tento ir atrás...
Mas apenas um fio dela posso enxergar...
Distante ela se vai, rastejando sigo meu caminho,
Esticando meu caquético braço
A fim de agarrar o ultimo fio de esperança que consigo ver
E assim, quem sabe...
Tecer um novo destino, agarrado novamente à esperança.

A completa ausência do barulho


Condicionados a engolir
O que é produzido pela sedutora sociedade
Acabamos acostumados com o silencio
Cego, surdo e mudo – seguimos consumindo.
Sem critica – aprendemos a aceitar
Como moscas na teia da aranha
Somos aprisionados e mortos antes do tempo
Sem sonhos, matamos nossa vida
A completa ausência do barulho
O silencio é a própria morte
Como zumbis concidionados a aceitar e engolir
Somos peões neste jogo capital
Uma escravidão aceita pelo silêncio
Um silêncio que não mata só a nós
Mas cada ser humano que tem seus direitos violados.
Um silêncio que aumenta a exploração, preconceito.
É o domínio neoliberal (demônio capital)
É preferível a morte a uma vida sem sentido!
Não vou mais me calar perante suas regras burguesas
Não vou mais aceitar sua censura
E não vou mais baixar minha cabeça
Perante suas mentiras e seu jogo de poder
Vou quebrar seu silencio imposto
Pelo grito da liberdade.

terça-feira, 30 de março de 2010

Uma Flor para Narciso


Espelho...
o melhor angulo que vê a vida,
o mais belo que consegue capitar pra si,
Nada mais importa,
apenas o reflexo da vida diante do espelho.
Nada mais tão belo, nada mais tão formoso.
Diante do espelho passa a se admirar,
diante do espelho nada mais importa,
apenas sua imagem, nada é mais belo, nada é mais formoso;
Ao canto esquerdo superior do espelho
surge algo de uma cor maravilhosa,
"será o reflexo de minha alma? Pois de onde surgiria cor tão bela?"
Mas a medida que mais profundo olha no espelho,
percebe que não é sua alma, e sim uma flor...
oferta de alguem, que não se lembra quem,
que ignorou devido ao seu inflado ego erotizado.
De repente nasce a ira, pois como pode existir algo mais belo.
Uma flor para Narciso, e a ira, o ódio aparece e enaltece.
Tomado de uma furia insana, seus olhos soltam raios de ódio,
e com a mão cerra o punho, e mira no espelho contra o reflexo da flor.
O espelho se despedaça...
sua imagem se quebra...
Narciso vai ao chão, em prantos, sua imagem não é mais bela...
não suporta sua imagem despedaçada, perante ter ignorado a flor,
sua imagem se despedaça...ao descobrir que algo é mais belo que ele prórprio
Como o espelho, seu ego é despedaçado...em prantos fica ao chão...
E a flor, na sua humilde essência, mantém seu esplendor.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Irreal


Com medo de pisar ao chão, segue flutuando pela estrada de tijolos amarelos;
a busca do seu castelo sem sombras, diante do amargo conto de fadas que construiu.
Um rosto de sem expressão buscando um sorrisso falso, ilusório,
Vivendo a falsa felicidade do mundo de Peter Pan e Alice.
Fingindo não existir a dor do mundo real,
mas caindo na teia de dor maior do conto de fada que criou.
Seus pés então tocam a chão.
O castelo sem sombra se desfaz na sua frente,
e diante de si, aparece a cova que construiu, fingindo não saber.
Onde está Peter Pan e Alice? Os rostos agradáveis se tornaram monstros que lhe atormentam...
Sem opção, é necessário tocar o chão real, cheio de espinhos, que um dia quis negar.